domingo, 23 de outubro de 2011

Nossa Bela História


 Um pouco mais de um ano já se passou e estamos aqui contabilizando nossos passos no projeto Cinema de Garagem. Foi um início meio “de supetão” com a brincadeira de “Tudo Aconteceu Naquela Noite”. O que era pra ser apenas uma diversão entre amigos (que não resistiram ao apelo de dar asas à imaginação e filmar um roteiro que utilizasse os cenários de um outro filme) transformou-se em um projeto onde a liberdade criativa está  acima de tudo.
 Foi uma experiência marcante contar aquela história maluca cujo mérito está, justamente, no transitar de cada personagem pelo território do absurdo (no que se refere à ética e outros valores) com a mais absoluta  naturalidade. E contamos com total liberdade ao criar esses personagens, pois, nossa intenção era simplesmente experimentar algo que nunca tínhamos feito antes!
 Acontece que a brincadeira foi gostosa...Percebemos que não poderíamos parar por aí, que muitas histórias ainda poderiam ser contadas, muito aprendizado ainda marcaria nossos caminhos...E decidimos seguir em frente...”Na cara e na coragem” resolvemos fazer dessa idéia um grande laboratório e encaramos o desafio de “aprender fazendo”.
  As críticas são inevitáveis pois não estamos falando de um aprendizado formal. Estamos falando em criar nossa própria linguagem por meio de nossas descobertas. A tentativa, o erro e a observação são as nossas principais ferramentas nesse processo. Nossa intenção é, acima de tudo, compartilhar essa evolução do nosso aprendizado. Não acertamos 100% em cada história contada. Evoluímos um pouco mais a cada história contada.
 E, depois que “Tudo Aconteceu Naquela Noite”, a idéia se materializou e nosso site entrou no ar. “É o Sol” brilhou sob a urgência do impulso criativo. “Vanessa” descortinou a complexidade das relações humanas. “Dóris e Bóris” discutiu o não convencional e, “Subitamente”, a angústia do criador foi sobrepujada pela força da criatura.
Muito mais vêm por aí... Cada personagem que esteve conosco deixou sua marca aqui. Que outras Vanessas, Marcos, Dóris, Carlos, Augustinhos, Carlotinhas e kakauapós se apresentem. Ainda temos muitas belas histórias pra contar!

sábado, 16 de julho de 2011

Tudo Aconteceu Naquela Noite



Como é bom resgatar essa energia infantil e “brincar” com os nossos medos, com a nossa ética, com os nossos sonhos.  Sem nenhum compromisso com o “politicamente correto”, brincamos com a própria idéia de um grupo de amigos que criou um roteiro e se dispôs a filmá-lo “na cara e na coragem”.

O Cinema de Garagem convida a todos a embarcarem em nossa aventura mais louca. Voamos alto e deixamos nossas mentes “maquiavélicas” (rs) trabalharem para que pudéssemos desfrutar da idéia de fazer um filme cuja maior pretensão era, ao menos,garantir boas risadas ao elenco e equipe.

“Tudo Aconteceu Naquela Noite” foi a nossa 1ª experiência nesse processo de “aprender fazendo”. De maneira intuitiva estamos, gradativamente, descobrindo novos ângulos, novas linguagens e criando a nossa própria identidade.

E não poderíamos deixar de compartilhar aqui o resultado dessa nossa vontade de brincar. Mas levamos nossa brincadeira à sério e escancaramos nossos erros e acertos no processo de cada filme. .

“Tudo Aconteceu Naquela Noite” reflete bem o espírito do início da nossa história: como não sabíamos as regras, tínhamos a licença poética para quebrá-las.

E quebramos todas elas! Dizemos que esse filme tem um certo “algo em comum” com o espírito aventureiro e apaixonado de Ed Wood – o mestre dos Trash Movies. E é de forma explícita que brincamos com isso.

Sem mais palavras para não entregar a história, fiquem agora com o nosso 1º curta e compartilhem conosco o verdadeiro prazer de reunir trabalho e pesquisa à pura diversão!!!

domingo, 17 de abril de 2011

1as Impressões - Tudo Aconteceu Naquela Noite



No princípio tudo parecia o caos: uma câmera na mão, muitas idéias em muitas cabeças, a urgência de filmar em um cenário itinerante e aquela ânsia que toma conta da gente quando queremos que o projeto “dê certo” a todo custo.
Assim nasceu o Cinema de Garagem: de uma vontade louca de aprender fazendo, de uma boa vontade coletiva em fazer mesmo sem saber direito como, de uma necessidade mais que vital de falar. Falar de nós, falar pra nós, falar pro mundo dessas coisas sérias, loucas, doces, dolorosas, românticas, por vezes mórbidas e quase beirando a insanidade que assombram os pensamentos das nossas cabecinhas tão criativas.
Tudo aconteceu naquele domingo. Uma exposição do CCBB exibia os cenários de um filme de Michel Gondry. Não podíamos DE JEITO NENHUM desperdiçar a oportunidade de filmar naquele cenário tão perfeitinho!!! Tinha quarto, cinema, bar, carro, cozinha e até uns carrinhos em miniatura com uma projeção de paisagem no fundo.
Faltava uma história para tudo aquilo. Nós criamos. Faltava um elenco para embarcar naquela fábula maluca. Nós embarcamos. Faltava uma equipe para filmar a história e o elenco malucos. Vieram uma, duas, três e até mais gente do que nós esperávamos.
E aquela gente toda comeu sanduíche e bebeu refrigerante. E comeu também o bolo da festa do Kakauapó que o Augustinho Nemonte e a Virgininha destruíram. Debbie Sue se peocupava com suas olheiras de vampira enquanto Jana andava louca atrás da tal estaca que tinha desaparecido. Bruno Badarovsky observava atento aquela movimentação toda pois caiu de pàra-quedas naquele hospício e Carlotinha de Freitas foi aplaudida em cena pelos amigos orgulhosos de sua estréia no cinema.
E foi com Tudo Aconteceu naquela Noite que demos início à nossa aventura de contar histórias. Nossas muitas histórias em muitas cabeças. E apenas uma câmera e uma torre de luz emprestadas, e nossos primeiros refletores DO GRUPO!!! Não sabemos ainda aonde vamos chegar com isto tudo, mas o processo, a experimentação e o aprendizado já valem como recompensa. E recompensa maior virá depois, quando pudermos mostrar nossas histórias que começaram a ser contadas naquela tarde de domingo porque tudo vêm acontecendo desde então...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Subitamente



Foi numa tarde de sábado que a Dani propôs que a gente filmasse. O roteiro já estava pronto há algum tempo e ela sempre perguntava: e então, quando vamos filmar a minha história?
Decidimos que aquele seria um bom dia pra começar a empreitada e fomos providenciar queijos e vinhos pro cenário... Um clima de romance e mistério envolvendo um casal quando inesperadamente algo acontece...
Mas os desafios começaram: queríamos filmar usando apenas luz de velas e ainda por cima, com uma máquina fotográfica. Hoje existem máquinas que filmam com muito boa qualidade. Resolvemos, então, experimentar. Mas a luz tímida que saía dos castiçais não era suficiente pra iluminar a cena... Foi quando o Brasa, nosso diretor de arte, encontrou a solução: uma luminária colocada discretamente ao lado da mesa emitindo uma luz amarelada na mesma direção das velas.
Máquina fotográfica na mão do Sérgio, nosso diretor de fotografia, começamos as filmagens. O foco foi feito manualmente, numa tentativa de brincar com o que se mostra e o que se esconde ou se sugere em cada quadro.
O problema foi que misteriosamente os queijos foram diminuindo de tamanho numa velocidade inesperada. A verdade é que todo mundo volta e meia roubava um pedacinho... Pra terminar, entre um brinde e outro, uma tomada e outra, lá se foi também o vinho. No final, tivemos que usar suco de uva mesmo... E começamos o ano em grande estilo na garagem!